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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Engenharia a profissâo em geral


A Falkirk Wheel, um exemplo da aplicação de várias técnicas e ciências da engenharia.
A engenharia é a ciência e a profissão de adquirir e de aplicar os conhecimentos matemáticos, técnicos e científicos na criação, aperfeiçoamento e implementação de utilidades, tais como materiais, estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas ou processos, que realizem uma determinada função ou objetivo.
Nos processos de criação, aperfeiçoamento e implementação, a engenharia conjuga os vários conhecimentos especializados no sentido de viabilizar as utilidades, tendo em conta a sociedade, a técnica, a economia e o meio ambiente.
A engenharia é uma ciência bastante abrangente que engloba uma série de ramos mais especializados, cada qual com uma ênfase mais específica em determinados campos de aplicação e em determinados tipos de tecnologia.

Índice

O profissional da engenharia


O anel de ferro, símbolo dos engenheiros no Canadá.
O engenheiro é o profissional que exerce a prática de engenharia.
Em muitos países, o exercício da profissão de engenheiro obriga, para além da habilitação com um curso superior de engenharia, a uma licença ou certificação profissional atribuída pelo estado, por uma associação profissional, ordem ou instituição de engenheiros ou por um outro tipo de órgão de regulamentação profissional. Conforme o país, aos profissionais devidamente certificados ou licenciados está reservado o uso exclusivo do título profissional de "engenheiro" ou estão reservados outros títulos formais como "engenheiro profissional", "engenheiro encartado", "engenheiro incorporado", "engenheiro diplomado" ou "Engenheiro Europeu".
Normalmente, a lei restringe a prática de determinados atos de engenharia aos profissionais certificados e habilitados para tal, ainda que a prática dos restantes não esteja sujeita a essa restrição.
Para além da certificação como engenheiro propriamente dito, em alguns países existe a certificação como técnico de engenharia ou engenheiro técnico, associada aos profissionais com uma habilitação correspondente a um curso superior de 1º ciclo na área da engenharia.

História

Pirâmide egípcia de Khaf-re.
Balista, um engenho de guerra romano.
Máquina de Anticítera, o primeiro computador mecânico.
O conceito de engenharia existe desde a antiguidade, a partir do momento em que o ser humano desenvolveu invenções fundamentais como a polia, a alavanca e a roda. Cada uma destas invenções é consistente com a moderna definição de engenharia, explorando princípios básicos da mecânica para desenvolver ferramentas e objetos utilitários.
O termo "engenharia" em si tem uma etimologia muito mais recente, derivando da palavra "engenheiro", que apareceu na língua portuguesa no início do século XVI e que se referia a alguém que construía ou operava um engenho. Naquela época, o termo "engenho" referia-se apenas a uma máquina de guerra como uma catapulta ou uma torre de assalto. A palavra "engenho", em si, tem uma origem ainda mais antiga, vindo do latim "ingenium" que significa "génio" ou seja uma qualidade natural, especialmente mental, portanto uma invenção inteligente.
Mais tarde, à medida que o projeto de estruturas civis - como pontes e edifícios - amadureceu como uma especialidade técnica autónoma, entrou no léxico o termo "engenharia civil" como forma de distinção entre a atividade de construção daqueles projetos não militares e a mais antiga especialidade da engenharia militar. Hoje em dia, os significados originais dos termos "engenharia" e "engenharia civil" estão já largamente obsoletos, mas ainda são usados como tal em alguns países ou dentro do contexto de algumas forças armadas.

Antiguidade

O Farol de Alexandria, as Pirâmides do Egipto, os Jardins Suspensos da Babilónia, a Acrópole de Atenas, o Parténon, os antigos aquedutos romanos, a Via Ápia, o Coliseu de Roma, Teotihuacán e as cidades e pirâmides dos antigos Maias, Incas e Astecas, a Grande Muralha da China, entre muitas outras obras, mantêm-se como um testamento do engenho e habilidade dos antigos engenheiros militares e civis.
O primeiro engenheiro civil conhecido pelo nome foi Imhotep. Como um dos funcionários do faraó Djoser, Imhotep provavelmente projetou e supervisionou a construção da Pirâmide de Djoser, uma pirâmide de degraus em Saqqara, por volta de 2630 a.C.-2611 a.C.. Ele poderá também ter sido o responsável pelo primeiro uso da coluna na arquitetura.
Os antigos gregos desenvolveram máquinas tanto no domínio civil como no militar. A Máquina de Antikythera (o primeiro computador mecânico conhecido) e as invenções mecânicas de Arquimedes são exemplos da primitiva engenharia mecânica. Estas invenções requereram um conhecimento sofisticado de engrenagens diferenciais e planetárias, dois princípios-chave na teoria das máquinas que ajudou a projetar as embraiagens empregues na Revolução Industrial e que ainda são amplamente utilizadas na atualidade, em diversos campos como a robótica e a engenharia automóvel.
Os exércitos chineses, gregos e romanos empregaram máquinas e invenções complexas como a artilharia que foi desenvolvida pelos gregos por volta do século IV a.C.. Estes desenvolveram a trirreme, a balista e a catapulta. Na Idade Média, foi desenvolvido o trabuco.

Renascimento

Nos séculos XV e XVI, a engenharia naval emerge em Portugal. Os novos tipos de navios então desenvolvidos - como a caravela, a nau redonda e o galeão - irão ser fundamentais nos grandes descobrimentos marítimos.
William Gilbert é considerado o primeiro engenheiro eletrotécnico, devido à publicação da obra De Magnete em 1600, o qual foi o criador do termo "eletricidade".
A primeira máquina a vapor foi construída em 1698 por Thomas Savery, que assim é considerado o primeiro engenheiro mecânico moderno. O desenvolvimento deste aparelho deu origem à Revolução Industrial nas décadas seguintes, permitindo o início da produção em massa.
Com a ascensão da engenharia como profissão, durante o século XVIII, o termo tornou-se mais estritamente empregue para designar as atividades para cujos fins eram aplicadas a matemática e a ciência. Além disso, além das engenharias militar e civil, também foram incorporadas na engenharia o que antes eram conhecidas como "artes mecânicas".

Era moderna

A engenharia elétrica pode traçar as suas origens às experiências de Alexandre Volta em 1800, às experiências de Michael Faraday, Georg Ohm e outros, bem como à invenção do motor elétrico em 1872. O trabalho de James Maxwell e de Heinrich Hertz no final do século XIX deram origem à eletrónica.
As invenções de Thomas Savery e de James Watt deram origem à moderna engenharia mecânica. O desenvolvimento de máquinas especializadas e de ferramentas para a sua manutenção durante a Revolução Industrial levaram ao crescimento acentuado da engenharia mecânica.
A engenharia química - tal como a engenharia mecânica - desenvolveu-se no século XIX, durante a Revolução Industrial. A produção à escala industrial precisava de novos materiais e de novos processos. Por volta de 1880, a necessidade da produção em larga escala de químicos era tanta que foi criada uma nova indústria, dedicada ao desenvolvimento e fabricação em massa de produtos químicos em novas fábricas. A função do engenheiro químico era a de projetar essas novas fábricas e processos.
A engenharia aeronáutica lida com o projeto de aeronaves. Nos tempos modernos, começou-se também a designá-la como "engenharia aeroespacial", dando ênfase à expansão daquele campo da engenharia que passou também lidar com o projeto de veículos espaciais. As suas origens podem ser traçadas até aos pioneiros da aviação da viragem do século XIX para o século XX. Os conhecimentos primitivos de engenharia aeronáutica eram largamente empíricos, com alguns conceitos e perícias a serem importados de outros ramos da engenharia. Apenas alguns anos depois dos bem sucedidos voos dos irmãos Wright, a década de 1920 viu um desenvolvimento extensivo da engenharia aeronáutica, através do desenvolvimento de aviões militares da época da Primeira Guerra Mundial. Entretanto, as pesquisas, para fornecer bases científicas fundamentais, continuaram através da combinação da física teórica com experiências.
Durante a Segunda Guerra Mundial, inicia-se o desenvolvimento da engenharia de computação. A expansão radical da informática depois do final da guerra, irá tornar tanto os engenheiros de computação como os engenheiros informáticos em alguns dos maiores grupos de profissionais da engenharia.

Métodos

Tradicionalmente, a engenharia lidava apenas com objetos concretos e palpáveis. Modernamente, porém, esse cenário mudou. A engenharia lida agora também com entidades não-palpáveis, tais como custos, obrigações fiscais, aplicações informáticas e sistemas.
Na engenharia, os conhecimentos científicos, técnicos e empíricos são aplicados para exploração dos recursos naturais e para a concepção, construção e operação de utilidades.

Resolução de problemas

O projeto e a instalação de aerogeradores representam problemas de aplicação de várias ciências e de técnicas da engenharia.
Os engenheiros aplicam as ciências físicas e matemáticas na busca por soluções adequadas para problemas ou no aperfeiçoamento de soluções já existentes. Mais do que nunca, aos engenheiros é agora exigido o conhecimento das ciências relevantes para os seus projetos, o que resulta que eles tenham que realizar uma constante aprendizagem de novas matérias ao longo de todas as suas carreiras.
Se existirem opções múltiplas, os engenheiros pesam as diferentes escolhas de projeto com base nos seus méritos e escolhem a solução que melhor corresponda aos requisitos. A tarefa única e crucial do engenheiro é identificar, compreender e interpretar os constrangimentos de um projeto, de modo a produzir o resultado esperado. Normalmente, não basta construir um produto tecnicamente bem sucedido, sendo também necessário que ele responda a outros requisitos adicionais.
Os constrangimentos podem incluir as limitações em termos físicos, criativos, técnicos ou de recursos disponíveis, a flexibilidade para permitir modificações e adições futuras, além de fatores como os custos, a segurança, a atratividade comercial, a funcionalidade e a suportabilidade. Através da compreensão dos constrangimentos, os engenheiros obtêm as especificações para os limites dentro dos quais um objeto ou sistema viável pode ser produzido e operado.
Tipicamente, os engenheiros irão tentar prever o quão bem os seus projetos se irão comportar em relação às suas especificações, antes de ser iniciada a produção em larga escala. Para isso, irão empregar, entre outros: protótipos, maquetes, simulações, testes destrutivos, testes não destrutivos e testes de esforços. Testar assegura que o produto irá comportar-se de acordo com o esperado.
Como profissionais, os engenheiros levam a sério a sua responsabilidade em produzir projetos que se comportem conforme o esperado e que não causem males não intencionados ao grande público. Tipicamente, os engenheiros incluem uma margem de segurança nos seus projetos para reduzir o risco de falha inesperada. contudo, quanto maior a sua margem de segurança, menos eficiente se poderá tornar o projeto.
A engenharia também se ocupa do estado dos produtos falhados. A sua aplicação é muito importante a seguir a desastres como o colapso de pontes ou a queda de aviões, onde uma análise cuidadosa é necessária para descobrir as causas das falhas ocorridas. Este estudo poderá ajudar o projetista a avaliar o seu projeto com base em condições reais ocorridas no passado com projetos semelhantes.

O uso do computador

Simulação computacional do lançamento de uma nave espacial.
Tal como nas restantes atividades científicas e tecnológicas, os computadores e os programas informáticos desempenham um papel cada vez mais importante na engenharia. Existem inúmeras aplicações assistidas por computador específicas para a engenharia. Os computadores podem ser usados para gerarem modelos de processos físicos fundamentais, que podem ser resolvidos através de métodos numéricos.
Umas das ferramentas mais utilizadas pelos engenheiros são as aplicações de desenho assistido por computador (CAD), que lhes permitem criar desenhos e esquemas em 2D e modelos em 3D. As aplicações CAD, juntamente com as aplicações de maquete digital (DMU) e de engenharia assistida por computador (CAE) - incluindo as de análise de elementos finitos e de elementos analíticos - permitem criar modelos de projetos que podem ser analisados sem a necessidade da construção de protótipos dispendiosos em termos de custo e de tempo.
Estas aplicações permitem que os produtos e componentes sejam verificados para detecção de falhas, avaliados em termos de montagem e ajustamento e estudados em termos de ergonomia. Também permitem a análise das caraterísticas dinâmicas dos sistemas como as tensões mecânica, temperaturas, emissões eletromagnéticas, correntes elétricas, tensão elétrica, vazão e cinemática. O acesso e a distribuição de toda esta informação é geralmente organizado através do uso de aplicações de gestão de dados do produto (PDM).
Existem também uma série de ferramentas para suporte de tarefas específicas de engenharia, como as aplicações de fabricação assistida por computador (CAM) que geram instruções para as máquinas de controlo numérico computorizado (CNC), as de gestão de processos de fabrico (MPM) para a engenharia de produção, as de desenho de eletrónica assistido por computador (ECAD ou EDA) para desenho de esquemas de circuitos elétricos e de circuitos impressos para a engenharia eletrónica, as de manutenção, reparação e operações para a gestão da manutenção e as de arquitetura, engenharia e construção (AEC) para a engenharia civil.
Recentemente, o uso do computador no auxílio ao desenvolvimento de utilidades passou a ser coletivamente conhecido como gestão do ciclo de vida do produto.

Ramos da engenharia

Teste de utilização de biocombustível num motor a jato de aviação, uma aplicação comum das engenharias mecânica, aeronáutica e química.
Irrigação de um campo de algodão, uma aplicação da engenharia agronómica.
Rede de distribuição de eletricidade, uma aplicação da engenharia elétrica.
A engenharia, é uma ciência bastante abrangente que é muitas vezes subdividida em diferentes ramos ou especialidades. Cada uma destas especialidades preocupa-se com um determinado tipo de tecnologia ou com um determinado campo de aplicação. Apesar de inicialmente um engenheiro se formar normalmente numa especialidade específica, ao longo da sua carreira na maioria dos casos, irá tornar-se polivalente, penetrando com o seu trabalho em diferentes áreas da engenharia.
Historicamente, existiam a engenharia militar e a engenharia naval. A partir da engenharia militar começou por desenvolver-se o ramo da engenharia civil. Posteriormente, a engenharia civil (em sentido lato) subdividiu-se em cinco especialidades tradicionais:
Paralelamente, algumas das ciências agrárias aproximaram-se da engenharia e acabaram por nela se integrar, originando especialidades como:
Com o surgimento das engenharias relacionadas com a agricultura, surge a dicotomia entre estas e a engenharia industrial que agrupa as especialidades tradicionais da engenharia civil, mecânica, elétrica, química e de minas. A engenharia industrial irá contudo deixar de ser um agrupamento de especialidades e tornar-se ela própria numa especialidade da engenharia, vocacionada para o aperfeiçoamento de processos e da gestão industrial através da integração dos fatores tecnológicos, humanos e económicos.
Posteriormente, com o rápido avanço da tecnologia, foram-se desenvolvendo e ganhando proeminência diversos novos campos da engenharia, como o dos materiais, produção, aeronáutica, computação, informática, eletromecânica, mecatrónica, robótica, nanotecnologia, nuclear, molecular, ambiente, alimentar e muitos outros. Alguns dos novos campos da engenharia resultam da subdivisão de especialidades tradicionais ou, pelo contrário, da combinação de diferentes especialidades.
O prestígio da engenharia fez com que áreas fora dela também a ela se quisessem associar. Surgiram assim campos exteriores ao que convencionalmente é considerado engenharia, mas também referidos como tal, sendo alguns exemplos a "engenharia jurídica", a "engenharia financeira" ou a "engenharia comercial".
Quando uma nova área da engenharia emerge, normalmente é inicialmente definida como uma sub-especialidade ou como uma derivação de especialidades já existentes. Frequentemente, existe um período de transição entre o aparecimento do novo campo e o crescimento do mesmo até ter uma dimensão ou proeminência suficientes para poder ser classificado como nova especialidade da engenharia. Um indicador chave para essa emergência é o número de cursos criados nessa especialidade nas principais instituições de ensino superior.
Existe uma considerável sobreposição de matérias comuns a todas as especialidades da engenharia. Quase todas elas, por exemplo, fazem grande aplicação da matemática, da física e da química.

Relação com outras ciências e artes

Ciências

Coração artificial, resultante da cooperação entre a medicina e a engenharia.
Leonardo da Vinci, o exemplo perfeito da associação entre o engenheiro, o artista e o cientista.
Existe uma sobreposição entre a prática da ciência e a da engenharia. Na engenharia aplica-se a ciência. Ambas as atividades baseiam-se na observação atenta dos materiais e dos fenômenos. Ambas usam a matemática e critérios de classificação para analisarem e comunicarem as observações.
Espera-se que os cientistas interpretem as suas observações e façam recomendações versadas para ações práticas baseadas nessas interpretações. Os cientistas podem também desempenhar tarefas totalmente de engenharia como a do desenho de aparelhos experimentais ou a da construção de protótipos. Reciprocamente, no processo de desenvolvimento de tecnologia, os engenheiros ocasionalmente apanham-se a explorar novos fenómenos, transformando-se assim, momentaneamente, em cientistas.
No entanto, a pesquisa em engenharia tem um caráter diferente da pesquisa científica. Em primeiro lugar, frequentemente lida com áreas em que a física e a química básicas são bem conhecidas, mas os problemas em si são demasiado complexos para serem resolvidos de uma forma exata. Exemplos, são o uso de aproximações numéricas nas equações de Navier-Stokes para a descrição do fluxo aerodinâmico sobre uma aeronave ou o uso da regra de Miner para cálculo dos danos provocados pela fadiga do material. Em segundo lugar, a pesquisa em engenharia emprega muitos métodos semiempíricos que são estranhos à pesquisa científica pura, sendo um exemplo o do método da variação de parâmetros.
Essencialmente, pode dizer-se que os cientistas tentam entender a natureza enquanto que os engenheiros tentam fazer coisas que não existem na natureza.

Medicina e biologia

O estudo do corpo humano, em algumas das suas formas e propósitos, constitui uma importante ligação entre a medicina e alguns campos da engenharia. A medicina tem como objetivo sustentar, aumentar e até substituir funções do corpo humano, se necessário, através do uso da tecnologia.
A moderna medicina pode substituir várias funções do corpo através do uso de próteses e órgãos artificiais e pode alterar significativamente várias dessas funções através de dispositivos como implantes cerebrais e marca-passos. A biónica é um campo específico que se dedica ao estudo dos implantes sintéticos em sistemas naturais.
Reciprocamente, alguns campos da engenharia olham para o corpo humano como uma máquina biológica que merece ser estudada e dedicam-se a melhorar muitas das suas funções através da substituição da biologia pela tecnologia. Isto levou a campos como a inteligência artificial, as redes neurais, a lógica difusa e a robótica. Existem também interações substanciais entre a engenharia e a medicina.
Ambos os campos fornecem soluções para problemas do mundo real. Isto, frequentemente, requer avançar mesmo antes de um fenómeno ser completamente compreendido em termos científicos o que faz com que a experimentação e o conhecimento empírico sejam uma parte integral tanto da medicina como da engenharia.
A medicina ocupa-se do estudo do funcionamento do corpo humano o qual, como uma máquina biológica, tem muitas funções que podem ser modeladas através do uso de métodos da engenharia. O coração, por exemplo, funciona como uma bomba hidráulica, o esqueleto funciona como uma estrutura e o cérebro produz sinais elétricos. Estas semelhanças, bem como a crescente importância da aplicação dos princípios da engenharia è medicinal levou ao desenvolvimento da engenharia biomédica, que usa conceitos de ambas.
Novos ramos emergentes da ciência, como a biologia de sistemas, vêm adaptando ferramentas analíticas tradicionalmente usadas na engenharia, como a modelação de sistemas e a análise computacional, para a descrição de sistemas biológicos.

Artes

A moderna engenharia deriva em parte do que, antigamente, eram consideradas as artes mecânicas. Ainda se mantêm muitas ligações entre as modernas artes e a engenharia, que são diretas em alguns campos como os da arquitetura, da arquitetura paisagística e do design industrial, ao ponto destas disciplinas serem parte integrantes dos currículos de alguns cursos superiores de engenharia.
De entre as figuras históricas famosas, Leonardo da Vinci é um bem conhecido artista e engenheiro do Renascimento, constituindo um exemplo da ligação entre as artes e a engenharia.

Outros campos

A ciência política, pegou no termo "engenharia" e empregou-o no âmbito do estudo de vários assuntos como a engenharia social e a engenharia política, que lidam com a formação das estrutura política e social usando uma metodologia da engenharia associada aos principios da ciência política.

Ensino da engenharia

Daniel-Charles Trudaine, engenheiro e fundador da École Royale des Ponts et Chaussées.
Até ao século XX, na maioria dos países, o ensino da engenharia era realizado em escolas superiores especializadas não universitárias, uma vez que tradicionalmente o ensino das universidades se concentrava em áreas como as humanidades, a medicina e o direito. Hoje em dia, no entanto, além de continuar a ser realizado em escolas especiais, o ensino da engenharia é já realizado na maioria das grandes universidades.
Na maioria dos países, os cursos que dão acesso à profissão de engenheiro têm uma duração mínima de quatro ou cinco anos. Nos países cujos sistemas de ensinos seguem os moldes do Processo de Bolonha, a formação de um engenheiro implica a realização do 2º ciclo do ensino superior, incluindo normalmente um total de cinco anos de estudos e a realização de uma dissertação, tese ou estágio final. Nalguns destes países, a conclusão do 1º ciclo de um curso superior de engenharia poderá dar acesso à profissão de engenheiro técnico ou de técnico de engenharia.
É difícil determinar quais foram as mais antigas escolas de engenharia, uma vez que o ensino de matérias que hoje fazem parte da engenharia vem já desde a antiguidade. No entanto, segundo os padrões modernos podem apontar-se as seguintes escolas precursoras destes ensino:
  1. École Royale des Ponts et Chaussées - fundada em 1747 em Paris, França;
  2. Bergakademie Freiberg - fundada em 1765 em Freiberga, Saxónia;
  3. Academia de Minería y Geografía Subterránea de Almadén - fundada em 1777, em Almadén, Espanha;
  4. Stavovská inženýrská škola - fundada em 1787, em Praga, Boémia;
  5. Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho - fundada em 1790 em Lisboa, Portugal;
  6. Real Seminario de Minería - fundado em 1792, no México;
  7. Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho - fundada em 1792, no Rio de Janeiro, Brasil;
  8. École Polytechnique - fundada em 1794 em Paris, França;
  9. Kaiserlich-Königlich Polytechnisches Institut - fundado em 1815, em Viena, Áustria;
  10. Polytechnische Schule Karlsruhe - fundada em 1825 em Karlsruhe, Baden.

Brasil

Instituto Militar de Engenharia.
O ensino da engenharia no Brasil tem origem em 1699, altura em que o rei D. Pedro II de Portugal ordena a criação aulas de fortificação em vários pontos do Ultramar Português, para não estarem tão dependentes de engenheiros vindos do Reino. Em território brasileiro, seriam criadas destas aulas no Rio de Janeiro, em Salvador da Baía e no Recife.
No entanto, a mais antiga escola a ministrar cursos de engenharia segundo os moldes modernos foi a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, fundada em 1792 no Rio de Janeiro pela rainha D. Maria I de Portugal, segundo o modelo da academia com o mesmo nome existente em Lisboa. Os atuais Escola Politécnica do Rio de Janeiro e Instituto Militar de Engenharia consideram-se sucessores daquela academia, este último reivindicando ser a mais antiga escola de engenharia das Américas.
Os profissionais de engenharia e de áreas correlatas são regulamentados pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e fiscalizados pelos conselhos regionais.

Portugal

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Em Portugal, o ensino do que é hoje a engenharia remonta à formação em artes mecânicas e em ciências físicas e matemáticas, realizadas desde a Idade Média. Destaca-se o ensino da construção naval, já com metodologias técnicas e científicas avançadas, que leva ao desenvolvimento de novos tipos de navios, permitindo as grandes explorações marítimas portuguesas.
O ensino da moderna engenharia começou a desenvolver-se na primeira metade do século XVII, com a necessidade de engenheiros militares em virtude da Guerra da Restauração. Para a formação dos mesmos, em 1647, o Rei D. João IV funda a Aula de Fortificação e Arquitetura Militar em Lisboa. Em 1699, o Rei D. Pedro II ordena a criação de aulas de fortificação em vários locais do Ultramar, como Angola e Brasil. Em 1707, a Aula de Fortificação e Arquitetura Militar é transformada na Academia Militar da Corte, sendo também criadas academias militares provinciais, a primeira das quais em Viana do Minho e, posteriormente, também em Elvas e Almeida. Em 1779, aquelas academias são extintas, ao mesmo tempo que é criada a Academia Real de Marinha, cujos estatutos prevêm a existência de uma escola de engenharia e fortificação, a qual seria frequentada pelos candidatos a engenheiros militares, depois da frequência do Curso Matemático dos Oficiais Engenheiros realizado na Academia de Marinha.
A referida escola de engenharia e fortificação só virá a ser criada pela Rainha D. Maria I, a 2 de janeiro de 1790, na forma da Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho (ARFAD). Esta é considerada a primeira escola moderna de engenharia portuguesa e uma das primeiras do mundo. Na ARFAD era realizado um curso militar, que para os candidatos a oficiais engenheiros tinha a duração de quatro anos, incluindo as cadeiras de fortificação regular, de fortificação irregular, de arquitetura civil e de hidráulica, além de uma aula de desenho. A admissão no curso de oficiais engenheiros implicava a habilitação com os dois primeiros anos do curso matemático da Academia Real da Marinha ou, em alternativa, a habilitação com um curso preparatório na Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra.
Durante o século XIX, o ensino superior de engenharia irá desenvolver-se com a criação de diversas escolas militares e civis. Em 1837, são criadas a Escola Politécnica de Lisboa e a Escola do Exército - por remodelação, respetivamente da Academia Real da Marinha e da ARFAD - mantendo-se o sistema da primeira ministrar os preparatórios científicos dos cursos de engenharia a serem realizados na segunda. Além do curso de engenharia militar, a Escola do Exército passa também a ministrar o curso de engenharia civil. Em 1837, é também criada a Academia Politécnica do Porto, com os cursos completos de engenheiros civis nas especialidades de minas, de pontes e estradas e de construtores navais, além dos preparatórios para acesso à Escola do Exército. Em 1896, o Instituto Industrial e Comercial de Lisboa passa a ministrar um curso superior industrial, diplomando engenheiros industriais.
No século XX, o ensino da engenharia passa pela primeira a ser realizado na universidade, quando a Academia Politécnica do Porto é integrada na nova Universidade do Porto, criada em 1911, com os seus cursos de engenharia a estarem na génese da atual Faculdade de Engenharia daquela universidade. Ao mesmo tempo, o Instituto Industrial e Comercial de Lisboa é desdobrado, com o seu ensino de engenharia a dar origem ao Instituto Superior Técnico. Entretanto, na sequência da reforma do ensino superior agrícola, o antigo curso de agronomia dá origem aos cursos de engenheiro agrónomo e de engenheiro silvicultor do Instituto Superior de Agronomia.
Também se desenvolve o ensino médio técnico industrial, cujos diplomados passam a ser considerados engenheiros auxiliares em 1918 e agentes técnicos de engenharia em 1926. Os institutos industriais são transformados em estabelecimentos de ensino superior em 1974, passando a ministrar cursos de bacharelato, cujos diplomados passam a ser engenheiros técnicos.
Atualmente, o ensino da engenharia é realizado em universidades e institutos politécnicos, tanto públicos como privados. São oferecidas várias centenas de cursos de engenharia de 1º e de 2º ciclo. No entanto, apenas uma pequena percentagem destes está acreditada, pela Ordem dos Engenheiros ou pela Ordem dos Engenheiros Técnicos, dando aos seus diplomados um acesso automático às profissões, respetivamente, de engenheiro e de engenheiro técnico.

Engenharia de telecomunicações




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Engenharia de telecomunicações ou Engenharia de Telecom
Engenharia de telecomunicações ou Engenharia de Telecom é um ramo da Engenharia Elétrica. O Engenheiro de Telecomunicações estuda uma variedade de circuitos do básico ao desenvolvimento estratégico em massa. Um engenheiro de telecomunicações é responsável por desenhar e supervisionar instalações de equipamentos de telecomunicações, como complexos sistemas eletrônicos de comutação até instalações telefônicas de cobre e fibra ótica. O engenheiro de telecomunicações também coincide fortemente com a engenharia de transmissão.
As Telecomunicações são um campo diversificado da engenharia, incluindo a electrônica, engenharia civil, estrutural e elétrica, um pouco de contabilidade e muita gerência de projetos. Em última análise, os engenheiros de telecomunicações são responsáveis por fornecer o método para que os clientes possam obter telefones e serviços de dados em alta velocidade.
Engenheiros de Telecomunicações usam uma variedade de diferentes equipamentos e meios de transporte disponíveis a partir de uma variedade de fabricantes para projetar a infra-estrutura de uma rede de telecomunicações. Os meios de comunicação mais comuns, muitas vezes referidas como as bases da indústria de telecomunicações, utilizados por empresas de telecomunicações são hoje o cobre, o cabo coaxial, a fibra e o rádio.
Engenheiros de telecom são muitas vezes, como a maioria dos engenheiros são, proporcionar a melhor solução possível com o menor custo para a empresa. Isso muitas vezes leva a soluções criativas para problemas que muitas vezes teriam sido concebidos de maneiras diferentes, sem as restrições orçamentais ditadas pela sociedade moderna. Nos primeiros dias da indústria de telecomunicações enormes quantidades de cabos foram colocados onde nunca foram utilizados ou foram substituídos por tecnologias modernas como o cabo de fibra óptica e técnicas de multiplexagem digital.
Engenheiros de telecom também são responsáveis pela manutenção dos registos de equipamentos e instalações das empresas e atribuição de códigos de contabilidade adequada para efeitos de impostos e manutenção. Como os engenheiros de telecomunicações são responsáveis pelo orçamento e supervisão de projetos e manter registros dos equipamentos, instalações e plantas, o engenheiro de telecomunicações não é apenas um engenheiro, mas um assistente de contabilidade ou contador e um gerente de projetos também.

Atuações do engenheiro de telecomunicações

  • Fazer medições e avaliações de campos elétricos, campos magnéticos e ondas eletromagnéticas geradas por sistemas de telecomunicações e industriais em ambientes ocupacionais e públicos.
  • Criar modelagem matemática (numérica e analítica) de campos elétricos, campos magnéticos e ondas eletromagnéticas.
  • Fazer análise de compatibilidade eletromagnética em sistemas de telecomunicações e de potência.
  • Fazer o estudo dos efeitos biológicos dos campos elétricos, campos magnéticos e ondas eletromagnéticas nos seres vivos.
  • Criar projetos de sistemas de energia para telecomunicações. Fazer estudo e projetos de sistemas de comunicações via telefone, celular e satélite.
  • Fazer análise e projetos de redes de computadores e Internet.
  • Fazer estudo e projetos de transmissão e recepção de sinais de dados e projeto de sistemas microprocessados.
  • Fazer projetos de sistemas de irradiação de sinal em UHF.
  • Fazer projetos de antenas e divisores de potência de UHF.
  • Fazer projetos de sistemas de interfaceamento de telefonia celular para centrais PABX.
  • Fazer projetos de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas.
  • Fazer projetos de sistemas de monitoração e telecomando de redes geograficamente distribuídas.
  • Engenheiro responsável em Data Center antigo CPD por toda a infraestrutura de cabeamento, switchs, routers e equipamentos DWDM e CWDM.
  • Engenheiro Responsável pelo Planejamento e Otimização de RF, fazendo levantamentos através de Drive Teste e simulações em softwares de predição de RF da qualidade dos sinais de redes celulares (GSM, CDMA e WCDMA).

Empregabilidade

Após a privatização da telefonia no Brasil, o setor sofreu grande avanço com a chegada de capitais estrangeiros e criação de poderosas empresas nessa área. Surgiu , também, o telefone celular (telemóvel) que hoje é praticamente usado por um quarto da população brasileira. Esse repentino crescimento de uma tecnologia antes restrita a poucas empresas estatais, criou a exigência de mão de obra especializada e superqualificada. Assim, os novos engenheiros de telecomunicações tem cem por cento de probalidade de obter colocação profissional logo que receberem o diploma universitário. Note-se, ainda, que o número de cursos de graduação é muito limitado e que a quantidade de formados está muito longe de atender à demanda e às exigências de um mercado em franca expansão e desenvolvimento de novas técnicas e modelos.

Engenharia de petróleo


 Engenharia de petróleo e a que mais cresce no brasil.
O engenheiro de petróleo usa técnicas para a descoberta de poços e jazidas e para a exploração, produção e comercialização de petróleo e gás natural.
Engenharia de petróleo é a área da engenharia que trata de todos os ramos relacionados à produção de hidrocarbonetos, que podem ser óleo ou gás natural. As atividades são divididas geralmente em duas grandes áreas: upstream, refere-se às atividades de exploração e produção e downstream, que refere-se às atividades de refino e distribuição.
A Engenharia de petróleo normalmente é dividida em seis áreas básicas:

Índice

Engenharia de petróleo no Brasil

No Brasil, a profissão do engenheiro de petróleo é reconhecida pelo CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – na sua Resolução nº 218, de 29 de junho de 1973. Essa resolução, em seu art. 16, estabelece que o engenheiro de petróleo está habilitado a desempenhar todas as 18 atividades estabelecidas para o exercício profissional da engenharia, "referentes a dimensionamento, avaliação e exploração de jazidas petrolíferas, transportes e industrialização do petróleo; seus serviços afins e correlatos". O primeiro curso de Engenharia de Petróleo do Brasil foi criado pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) em seu Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (LENEP).
Até a criação do curso de Engenharia de Petróleo da Universidade Estadual do Norte Fluminense(UENF), havia somente cursos em nível de mestrado e doutorado. O curso de pós-graduação em Engenharia de Petróleo da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas)foi criado em 1987, com a criação do FEM/DEP (Departamento de Engenharia de Petróleo da Faculdade de Engenharia Mecânica), resultado do convênio de cooperação científica firmado entre a Petrobrás e a UNICAMP, devido a necessidade de formação de profissionais especializados nas áreas de exploração e produção de óleo e gás, atendendo à demanda nacional e internacional de recursos humanos na indústria do petróleo. Devido ao caráter multidisciplinar do programa o corpo docente permanente contava com uma sensível contribuição de professores participantes e visitantes. A participação externa foi gradativamente substituída, através da formação e contratação de doutores na área, atendendo-se à demanda de ensino e pesquisa do programa.
Também em 1987 foi criado o CEPETRO(Centro de Estudos de Petróleo)e com apoio da PETROBRAS, foram criados no mesmo ano o Departamento de Engenharia de Petróleo e o Curso de Mestrado em Engenharia de Petróleo, ambos na Faculdade de Engenharia Mecânica da UNICAMP. Em 1990, criou-se o Programa de Mestrado em Geoengenharia de Reservatórios de Petróleo no Instituto de Geociências. Em 1993, implantou-se um programa de Doutorado em Engenharia de Petróleo. Atualmente, o CEPETRO apoia cursos e projetos na área de Ciências e Engenharia de Petróleo, contemplando as áreas de Explotação Petrolífera e Geoengenharia de Reservatórios Petrolíferos, atendendo às atividades de Geologia, Engenharia de Reservatórios, Perfuração e Contemplação de Poços, Produção Petrolífera e Gestão de Recursos Petrolíferos e Processamento Sísmico.
Atualmente os cursos oferecidos pela UNICAMP, com o apoio do CEPETRO, são o Mestrado e Doutorado em Ciências e Engenharia de Petróleo, os Cursos de Extensão de Engenharia do Gás Natural e Regulação no Setor de Petróleo, disciplinas de ênfase em Engenharia de Petróleo na Graduação da Faculdade de Engenharia Mecânica e Graduação em Geologia no Instituto de Geociências.
Em São Paulo, foi criado o primeiro curso de graduação na área de Engenharia de Petróleo pela USP (Universidade de São Paulo) em 2002. Esse curso é desenvolvido pela Escola Politécnica e está sob administração do Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo (PMI).
No ano de 2008, a ULBRA (Universidade Luterana do Brasil) instituiu o curso de Engenharia de Petróleo no município de Canoas/RS, sendo pioneiro na Região Sul do Brasil, visando promover a formação de Recursos Humanos qualificados com conhecimentos e habilidades para atuar nas etapas da cadeia produtiva de petróleo e gás natural, atuando em ampla frente de tarefas e situações (produção, transporte, processamento, distribuição e utilização dos produtos), levando em conta aspectos econômicos, sociais e ambientais e contribuindo para o Desenvolvimento Tecnológico do País.
O primeiro curso de Engenharia de Petróleo ofertado na Baixada Santista (SP), é ministrado pela Universidade Santa Cecília - Unisanta, em Santos. O primeiro Vestibular ocorreu em junho de 2008.
Em Dezembro de 2010 a Universidade do Estado de Santa Catarina, por meio do Centro de Educação Superior da Foz do Itajaí, sediado em Balneário Camboriú, acatando decisão estratégica do Conselho Universitário (CONSUNI), implantou o curso de graduação em Engenharia de Petróleo. É o segundo curso da área no Sul do Brasil, cujo início das aulas da primeira turma se deu em Agosto de 2011.

Engenharia de Petróleos em Portugal

Em Portugal Licenciatura em Engenharia de Petróleos, sendo o primeiro curso do género em Portugal, é fundamental para a consolidação da engenharia portuguesa nesta área, beneficiando de uma proximidade com as plataformas tecnológicas da GALP e da REPSOL em Sines, que torna possível uma interacção estratégica entre ensino e indústria. O curso, que possui um ramo em Refinação, visa dotar os diplomados de competências científicas e técnicas para o exercício profissional na indústria de petróleo e petroquímica e indústrias afins, áreas que possibilitam uma elevada empregabilidade e mobilidade e a nível mundial.

Tecnologia pode ajudar japoneses no caso de novos grandes terremotos


Em março de 2011, a tecnologia japonesa não conseguiu deter o tsunami, mas foi eficiente contra o terremoto. Pesquisas ganharam impulso depois do acidente nuclear na Usina de Fukushima.

O Jornal Nacional apresenta, nesta semana, uma série especial sobre o que mudou no Japão desde o terremoto e o tsunami de quase um ano atrás. Nesta sexta-feira (9), o correspondente Roberto Kovalick mostra como a tecnologia pode ajudar no caso de um novo tremor muito forte.
O Telessar 5, um robô-avatar, uma espécie de duplicata de um ser humano não foge da raia! Tudo o que o operador faz o robô repete. Tudo que o robô vê o operador também enxerga, usando um capacete com imagens em três dimensões. As mãos do robô captam a textura, a forma e a temperatura de tudo o que tocam e transmitem a informação para as mãos do operador. É como se os dois tocassem os mesmos objetos.
Pesquisas como esta ganharam impulso depois do acidente nuclear da Usina de Fukushima. Em alguns locais, a contaminação é tão alta que seres humanos não podem entrar.

Ainda faltam alguns anos para o Telessar ficar pronto, mas o capacete já pode ser usado.
Em um conjunto de casas temporárias, os robôs são mascotes. Uma foca robótica reage aos carinhos, dando conforto e companhia aos desabrigados pelo tsunami. Para aqueles com dificuldade em andar, pernas robóticas ajudam a sair de casa e ter uma vida mais ativa. “É ótimo, eu me sinto mais leve”, diz uma mulher
Em março do ano passado, a tecnologia japonesa não conseguiu deter o tsunami, mas foi eficiente contra o terremoto. Em Sendai, a maior cidade atingida pelas duas tragédias, o prédio da prefeitura sofreu algumas rachaduras, mas ficou em pé graças a amortecedores instalados nas janelas.
Um funcionário conta que simulações feitas em computador mostram que, se não fossem os amortecedores, o sétimo e o oitavo andares teriam desabado. O equipamento funciona como um amortecedor de carro quando o motorista passa por uma estrada esburacada.
Uma tecnologia ainda mais avançada foi usada em uma ponte inaugurada em fevereiro. Para ver o que torna a ponte tão segura, é preciso descer para baixo da pista e seguir por um estreito andaime a mais de 40 metros de altura, até chegar ao vão central.
Nos dois maiores pilares da ponte, que ficam dentro da Baía de Tóquio, foi instalado o principal sistema antiterremoto. Ele tem duas partes: um bloco de borracha de 50 centímetros e, dentro dele, há duas placas que têm a função de compensar a força do tremor.
O engenheiro Koki Hosaka explica que o bloco de borracha faz a ponte voltar ao seu lugar. Já as duas placas formam o que os engenheiros chamam de "suporte deslizante". Elas não ficam presas uma à outra. Quando ocorre um terremoto, a placa de baixo balança, acompanhando o pilar. Já a de cima desliza sobre a primeira, impedindo que o movimento seja transferido para a pista.
"Podemos garantir que essa ponte resistiria a todos os terremotos que possam acontecer em Tóquio", diz o engenheiro.
O simulador mostra outro efeito do sistema: quando o carrinho está no solo, é jogado de um lado para outro pelo terremoto. Quando é colocado em cima da maquete, se move um pouco, mas não sai do lugar. É um alívio para os motoristas japoneses: se estiverem passando no local bem na hora de um terremoto, talvez nem percebam que a terra tremeu.